Eu estava esperando o momento certo para comentar o comeback da Yubin, já que, no dia que lançou, me faltavam palavras para descrever o que tivemos aqui… Depois de se vender como rapper indiezinha e montar sua própria empresa temos…
… um retorno a persona idol retrô que ela tinha na JYP.
Começando com uma transição sonora digna de Caminho das Índias, a faixa desemboca no pop oitentista bate-estaca, com pequenas explosões de sintetizadores nas transições entre as partes da música, que se consolida no refrão. Muita gente ressaltou que é parecido com a sonoridade que a Sunmi já adotou algumas vezes, e, apesar de concordar em parte, acredito que a presença maior de raps bem levinhos e o tom mais grave da voz da Yubin deixou a faixa com uma cara mais próxima de voguing do final dos anos oitenta (o que é reforçado pelo bando de homem rebolando junto com ela no clipe), que dá uma boa diferenciada das coisas mais etéreas da Sunmi.
Os versos conseguem ser minimamente interessantes pela variabilidade que ela colocou em sua construção, deixando a primeira leva de raps logo na primeira rodada e mantendo os suspiros na segunda. O pré-refrão mantem uma construção bem atual ao se desacelerar, mas logo o refrão explode, com uma coisa velha (e não retrô) dando ao lançamento uma cara de Uhm Jung Hwa ou uma pedante city popeira do Japão. A própria ponte, praticamente falada, sustenta esta impressão, ainda mais com a fala final antes do último refrão, que parece meio destoada do resto do instrumental. Isto não chega a ser uma coisa ruim (na real, é até legal ver o quão pouco atual a faixa se parece), mas pode ser um tiro no pé pra Yubin conquistar um público em sua carreira solo.
Esta uma transição bem natural pras faixas que ela lançou na JYP, mas, ao mesmo tempo, uma espécie de quebra da imagem de rapper que ela parecia querer seguir agora que tem a própria empresa. Claro que o visual e a sonoridade caíram como uma luva pra ela (ainda mais pelo tom meio sombrio que as cores mais escuras do clipe evocam… É como se ela fosse a bad girl do Wonder Girls), mas atirando novamente neste ponto, deixa a impressão de que, talvez, ela esteja perdida ou experimentando em estilos pra montar sua persona pública com liberdade criativa.
É um esforço mais do que admirável, mas me deixa meio receoso… Será que ela evoluíra e experimentará ainda mais? Ou terá uma dualidade entre rapper e idol velha guarda? Ou ficará atirando para todo o lado a la CLC? As possibilidades são várias e este, sem dúvidas, é o ponto mais curioso deste comeback.
Perfume funcionou comigo, mas só em parte. A faixa, na teoria, parece uma definição do meu gosto por velharias, mas não me encantou como outras coisas do tipo já fizeram… Talvez seja a superexposição que estamos tendo a coisas oitentistas? Ou outra pessoa ter lançado algo oitentista mais legal essa semana? Não sei, mas salvarei a música na minha playlist de 2021, vamos ver o quanto ela vai funcionar comigo no decorrer do ano…
Tem alguma coisa nessa música que me faz querer ouvir várias vezes. Me peguei cantarolando refrão dela ontem do nada.
Quem produziu essa obra tá de parabéns ❤️
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O refrão desse negócio é realmente feito pra grudar no cérebro… Assim que acabei o post fiquei cantarolando loucamente kkk
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O refrão é ótimo e vc colou em palavras o que eu não conseguia expressar, essa vibe cantora dos boa 80 que minha mãe ouve e me dava vergonha alheia (não que seja ruim mas na época eu era criança). eu espero que ela continue lançando coisas boas, mas é legal se reinventar.
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Siiim, acho que pelo menos dá pra confiar que ela sabe lançar música boa fora da JYP e é bem coisa que meus pais ouviriam também kkk É engraçado que tem uma época que a gente meio que rejeita boa parte do que nossos pais ouvem só pra ouvir adoidado anos depois kk Vai entender… kkkk
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